Era uma vezNaquele dia,Quando abri a cortinaSentei-me naquele banco de jardim e SubitamenteNum esgar os seus olhos fixaram-se nos dele.Foi assim que
...
Hoje não há sushi.
sábado, 31 de maio de 2008
Imaginário a mais
Sabor a Thunderlady
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Ice Ice Baby - Vanilla Ice
Sabor a Thunderdrum
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Vivência 33...
quarta-feira, 28 de maio de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
BURACO NEGRO I
Convicções à parte, parece-me sempre que do outro lado do funil absorvente do buraco negro, se encontra um mundo paralelo a este em que vivemos e onde tudo se passará ao contrário, como se de um dicionário de antónimos se tratasse:
Onde se lê guerra lá seria paz...
Onde se lê ódio lá seria amor...
Onde se lê viagem lá seria pensamento..
.
Que bem se viverá nesse mundo às avessas...
Onde a nossa fome de pão será abundância de trigo
Onde a nossa sede de vingança será manancial de justiça
Onde os gestos de violência serão afagos de ternura
Onde os loucos serão realmente detentores da Verdade!
domingo, 25 de maio de 2008
Experiência 1
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Vivências 32...
O Carlos morreu, sento-me à beira da sua cama, não há mais ninguém para o chorar, no rosto dele não existe mágoa, saudade, raiva, desejo, vingança ou clemência, nada, nada... Apenas uma suprema perfeição de indiferença pura.
O Carlos um dia veio ter comigo, antes de toda esta loucura, antes desta falta de sono, destas emboscadas, abafados neste calor que não suportamos e disse-me, que amava tanto a mulher que tinha medo de a perder.
Relatou que no passado que não lhe dera tréguas, que era egoísta, orgulhoso e pouco humilde, e que, acima de tudo, nunca lho dissera.
Há pouco confessou-me que a mulher não o deixou, apenas porque veio para o Ultramar, e que aqui nesta distância abissal, o mundo, a violência... a selva... o tinha tornado, inesperadamente mais humano, eventualmente... mais digno dela.
Entendeu, nos seus últimos momentos de oxigénio que aquela forma passada de ser era apenas uma forma medíocre de estar com os outros e que isso o fazia, o tornava, também, menor!!!!!!!
Portanto, a selva, horas antes de o matar, ensinou-o a amar... equilibradamente. Até ali a sua paixão desmesurada tornara-o no homem com quem poucos gostariam de " tomar um copo", e de quem poucas mulheres se aproximavam... Agora sabia, que o verdadeiro amor é infinito, é paciente e sabe esperar.
Natália, escrevo-te, de novo em tão pouco tempo, porque esta nossa distância me parece a cada dia mais insuportável... Queria saber tudo o que sinto e o que me faz falta de ti, do meu mundo, do nosso mundo...
Mas sabes, mais medo tenho dessa "espécie de vida" que o Carlos experiênciou e que nem consigo descrever...
Até já, espero,
António."
António voltou... mais ou menos bem do Ultramar... Levou depois Natália a visitar, de mochila às costas, todo o país, dizendo-lhe: "ÉS MUNDO!".
Uma ideia ainda hoje o atormenta de forma única, como ao seu camarada e amigo Carlos: Já nada deseja... Apenas a VERDADE!
domingo, 18 de maio de 2008
Vivências 31...
sábado, 17 de maio de 2008
Imaginário XXVII
Quando os polícias entraram em casa depois de os bombeiros arrombarem a porta tiveram que sair tal o espetáculo que se lhes oferecia era horrendo. Era difícil conter os vómitos que a visão de tal cena provocava.
- A medicina legal -
No relatório da autópsia consta que já estava morta há muito tempo, tanto que não foi possível determinar.
Os melhores médicos legistas foram chamados para analisar um caso tão raro e interessante, já que todos os orgãos estavam mirrados, secos, o cérebro parecia um balão vazio, as veias quebravam-se ao mínimo toque e o coração, esse, estava literalmente petrificado.
Mas o mais curioso naquele cadáver concentrava-se na vesícula biliar e não se restringia a um pormenor.
Aquele saco, que nas pessoas normais tem a forma e dimensões semelhantes a uma pêra, tinha naquele cadáver o tamanho de uma bola enorme, produzindo o calculado em cerca de 20 vezes mais bile que uma pessoa "normal" e como se isto não fosse bizarro o suficiente, o seu pH revelava uma alcalinidade máxima, fixando-se nos limites quase hipotéticos do valor 14. Mas o mais extravagante, se os aspectos anteriores não fossem por si extravagantes o suficiente, era que o ducto cístico estava ligado directamente ao cérebro. Do cérebro não havia qualquer tipo de vestígio de irrigação arterial ou venosa, saindo sim um outro canal contendo vestígios de bile que se ligava numa rede estranha ao sistema circulatório, deduzindo-se que seria transportada e distribuída ao corpo a partir do que seria suposto ser o cérebro.
Apesar de em ocasião alguma se lhes ter deparado um caso daqueles, nem sequer nos legados dos antigos estudiosos, a medicina em conjunto com a bioquímica conseguiu determinar a causa da morte a partir de um detalhe que quase passaria despercebido: um corte na língua.
Análises porteriores puderam certificar que apesar de lhe correr nas veias tanto fel, esta criatura não tinha o seu sistema inunizado e num simples descuido uma mordidela na língua revelou-se fatal.
O que teria provocado tal corte? Para ter sobrevivido quase 50 anos saberia que o seu fel era letal para si mesma.
- A investigação forense -
A hipótese apontada pelos criminalistas não excluía o suicídio. Ela sabia muito bem o quão venenosa era, conforme resultados de análises encontrados numa gaveta advertiam. Não havia na casa impressões digitais de mais ninguém, o que sugeria que ela era a única pessoa com acesso à mesma. Da interrogação aos vizinhos confirmou-se o seu total isolamento social.
Todos os consumíveis eram adquiridos on-line conforme a equipa de especialistas informáticos confirmou.
Miss F (de fel) não tinha uma única fotografia em casa. Uma única carta. Não havia nada naquela casa que sugerisse que não estava só, nem mesmo os registos informáticos.
Não havia sinais de luta, nem de entrada forçada nem qualquer tipo de feridas defensivas e ninguém tinha ouvido gritos ou ruídos anormais.
- As conclusões -
A análise dos dados forenses e da medicina legal não foi conclusiva.
O suicídio não foi descartado dado o elevado isolamento da criatura e a morte acidental por uma igualmente acidental trincadela na língua também não foi posto de lado apesar de considerado pouco provável dada a elevada toxicidade do fel e a idade dela.
Miss F acabou num caixão de vidro, preservada de modo a poder ser exposta em qualquer sala de aula, museu, conferência ou palestra em segurança - não para ela, autopreservada no seu fel único mas para quem dela se aproximava, curioso, e se expunha aos elevados riscos químicos que dali emanavam.
Nunca antes se tinha visto e nunca se voltou a ver semelhante coisa.
Sabor a Thunderlady
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Vivências 30...
Eles conhecem tudo, viram tudo, ouviram tudo, sabem tudo, são umas verdadeiras enciclopédias falantes. E o mais ABOMINÁVEL é que ninguém os cala. Pode vir o rei de Espanha e dizer "porque não te calhas oh coño!" ou o padre da paróquia tentar pôr-lhes um freio na língua que certamente não os vão fazer calar. E se alguma alminha se lembra de os contradizer aí cai o Carmo a Trindade e a Virgindade pois quem fala verdade são sempre eles.
Quando estou bem disposta gosto de os ouvir conversar. Eles falam, falam, falam e não dizem nada, mas eu no final parto a mioleira a rir com tanta bacorada junta. Os caga-tacos geralmente fazem as perguntas e dão as respostas. Dizem que uma pedra é um pau e ainda julgam que a ida do homem à lua não passou de um filme hollywoodesco. No entanto têm autênticas pérolas verbais para nos oferecer que por certo fariam corar qualquer comediante da nossa praça.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Em Fogo 18 - De olhos bem abertos
Sabor a Carpe Diem
domingo, 11 de maio de 2008
Vivências 29...
Os trolhas, são conhecidos por lançar bocas foleiras as senhoras, que distraidamente passam a beira das inúmeras obras existentes por esse país fora. Mas o trolha é uma espécie que não pode ser caracterizada apenas por isso, pelo contrario, o trolha é um ser interessante e que deveria ser estudado pelos cientistas.
O trolha é um especialista nato na arte de esvaziar "mines", aliás, o trolha é o principal responsável pelo êxito da "mine" no mercado nacional. Enquanto o comum dos mortais bebe uma imperial, o trolha amarra meia dúzia de "mines". É esta enorme capacidade de se embebedar que lhe permite pensar que é um ser humano.
O trolha tem uma parede abdominal extremamente desenvolvida, o que para muitos será uma grande pança, na realidade trata-se de um deposito que lhe permite armazenar enormes quantidades de liquido no Inverno, daí que o possamos ver todo o ano sempre de manga à cava normalmente com pequenos buraquinhos. Para além disso o líquido serve para compensar as percas de agua que derivam da transpiração motivada pelas altas temperaturas a que estão sujeitos no verão.
O trolha , apesar da sua exuberante massa muscular, facilmente confundido com um atleta olímpico , é dotado de uma veia artística de altíssima qualidade. É frequente vê-los pendurados nos andaimes a declamar belos versos para as "damas" que passam. Podemos realçar de todos esses versos, o que recentemente foi imortalizado pelo anuncio publicitário :
" O QUE EU COMIA AGORA ERA UM ATUMZINHO COM TOMATE E MOLHO DE COUVE LOMBARDA ".
Outra das características que nos permite reconhecer facilmente um trolha na via publica é a sua inconfundível coloração de pele. Excepção feita aos africanos cuja pele é totalmente negra, o trolha caracteriza-se pelo bronze que ostenta com orgulho até a região do cotovelo, sendo o restante corpo branco. A t-shirt que vulgarmente utiliza permite-lhe obter este bronze a que se deu o nome do seu criador... " bronze de trolha ".
Este cheiro tão peculiar, não passa de uma técnica, utilizada com o intuito de conseguir os melhores lugares nos transportes públicos , sem que ninguém os incomode.
Dificilmente verá um ser humano, sentado num banco de autocarro ao lado de um trolha, a menos que essa pessoa esteja com o nariz de tal forma congestionado que apenas consiga respirar pela boca.
Outra das características do trolha é as tatuagens nos braços, é vulgar ver a inscrição de " Guiné 68 " embora o mais perto que ele tenha estado da Guiné tenha sido a Cova da Moura.
Resumindo o trolha é, apesar de tudo aceitável no turbilhão de gente que por nós se cruza... o que não é aceitável é sonhar-se com trolhas, sobretudo quando estes, são amantes de "amigas nossas" e fazem barracas com galinheiros no meio do sonho.
sábado, 10 de maio de 2008
Imaginário XXVI
Pensava nas voltas que a vida dá. Que a vida lhe deu. Uns dão a volta à vida, a outros dá a vida a volta. Que tipo seria ele? Do tipo de "uns" ou do tipo de "outros"? Não sabia. Há muitos anos que viver era um sossego, que es coisas eram estáveis. Que tinha trocado as armas de guerra por ferramentas.
Agora estava ali. Sem ferramentas e sem armas. Qual armadura? Qual arma? Ali, sem um único companheiro de batalha, sem um único colega de vida. Só, com aquela mulher que tendo conhecido tão bem lhe era agora totalmente desconhecida.
As voltas que a vida dá. Ou que a vida lhe deu.
Ali estava ele, deitado de barriga para cima, a olhar para o tecto amarelo do fumo do tabaco. acende mais um cigarro, vê o fumo desfazer-se no ar. E pensa que mais vale não pensar.
Tinha casado com ela há mais de trinta anos, teriam sido alguma vez felizes? Teria sido isso que ele realmente queria fazer? Já nem se lembra. Não há nada que reconheça nela. Nem sequer o sabor amargo do abandono. Nem a alegria dos filhos. Nada.
O reencontro aconteceu casualmente, quando ao sair do trabalho se cruzaram. Do como estás de circunstância dele ao desbobinar da vida dela, vão beber um café.
- Estou a alugar um quarto, diz ela, as despesas são muitas agora que estou sozinha.
- Preciso de alugar um quarto, diz ele - sem acrescentar mais nada - com aquele olhar sombrio e distante que o caracterizava.
Ela pensou que ele não tinha mudado. Ele nunca falava. Ela reconhecia nele o mesmo rapaz por quem, aos 12 anos, se tinha apaixonado.
Ele pensou que ela não se calava, que não queria saber de nada, que eram desconhecidos, que a desconheceu mais tempo da vida do que o tempo que a conheceu.
Depois de tudo acertado ele mudou-se. Deixou um bilhete em casa do filho e da nora a dizer que se tinha mudado para não se preocuparem.
- Sabes a quem aluguei um quarto?, disse ela no domingo seguinte com aquele ar eléctrico que lhe era característico
- A quem?, responde ele sem grande interesse, pouco lhe interessava o que a mãe fazia desde que não sobrasse para ele.
- Ao teu pai.
Sabor a Thunderlady
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Vivências 28...
Os brasileiro têm palavras para descrever situações e pessoas que são simplesmente deliciosas… Haverá outras que, como tudo, nos deixam sem palavras de tão arcaicas e descabidas que são.
Por cá Sogra é sogra, por lá é: Jararaca, cascável, bruxa, encrenqueira, bruáca, urubu...
Em geral, esses são os "adjectivos" dedicados às sogras de todo o mundo. Elas têm fama de inconvenientes, chatas e in-su-por-tá-veis. Ao longo do tempo, o rótulo de "cobras" foi designado a essas figuras que sofrem com piadas e arrogâncias do tipo: "Feliz foi Adão que não teve sogra." No entanto, o que ninguém sabe é que, ao contrário das piadinhas e implicâncias com as sogras, há muitos genros e noras que gostam delas.
Nos namoriscos que fui tendo e que não passaram de projectos bem acalentados, no casamento que se foi dissolvendo e nas relações mais ou menos sérias que tive fui conhecendo um número considerável de sogras e claro, sogros!
Na verdade e ao contrário daquilo que é vigente na nossa sociedade, não me posso queixar grandemente da maioria das “cartas” que me calharam… mais valia, possivelmente, queixar-me da falta de “trunfos” que fui tendo no que diz respeito aos “futuros disto e daquilo”. Ainda assim, como queixar-me não faz parte do meu feitio nem adianta grande coisa na minha felicidade não é disso que vos falo hoje.
Venho hoje em jeito de relato “futebolístico” contar-vos o que ocorreu certo dia com uma ex-sogra minha: Eu e a dita, sempre fomos amigas, uma dizia “mata” e a outra ainda que não dissesse “esfola” lá ia rindo e dizendo: “Eh dá-lhe lá mais um pontapézinho!”
Tínhamos portanto, grande cumplicidade, degustámos grandes sardinhadas e muita quantidade de bons vinhos, um dia desses de Inverno, não sabemos bem porque raio, o “amor” esgotou-se (um pouco como tudo na vida) e deixámos de fazer estas pequenas coisas que tanto prazer nos davam.
Ora bem, os dias, os meses os anos foram passando e, no dia do trabalhador, em que ninguém trabalha telefona-me “meia-esbafurida” e diz-me:
-“Ah e tal está um bom dia, o marido não está cá, os filhos têm a vida deles…”
Antevendo o que me queria dizer mas faltava coragem, antecipei dizendo:
-“Estava a pensar mesmo nisso, vamos lá a uma sardinhada!”
Gentilmente (quase que “gentleman-mente”) ofereci-me para a ir buscar no meu carro, sei que tem o dela (um belo MG “bólide do caraças”) encostado numa garagem que lhe dá uma data de dores de cabeça para o tirar de lá pois sempre que o faz, o maldito do carro que tem paixão assolapada pela parede, lá vai e dá-lhe um "beijinho"…
Chegada a sua casa dei um toque para o telemóvel e desceu… passada meia-hora com o subtil sorriso entra-me carro adentro e pergunta:
-“Não demorei pois não?!”
Subtilmente e também de sorriso nos lábios digo-lhe:
-“Não! Foi só o tempo de retocar a maquilhagem, tomar café, cumprimentar um amigo que mora aqui perto e ver a pressão dos pneus.”
Não desarmou, e no seu ar de “gueixa” impecável diz-me:
-“Ora ainda bem! Vamos lá então!”
Antes de chegarmos ao “botequim” ali para os lados de Alfama ainda se queixou umas quantas vezes no mau estado do piso e da velocidade a que ia: a loucura dos 40 Km/h que muito lhe fustigava o cabelo.
A meio do caminho, chegadas a um cruzamento, atravessa-se um carro “atabalhoadamente” conduzido por alguém que num primeiro momento me ia batendo (vindo ainda por cima da minha esquerda). Ora quando já estava pronta para dizer um extenso repertório de asneiradas verifico com espanto e desagrado quase que “excressencial” que… Precisamente à minha frente, ia um ex-namorado meu, com a sua mãe e a sua ex-presente-futura namorada. A minha ex-sogra (desta feita, a que ia no meu carro) “topou o caso a milhas” e disse-me:
-“Ui é aquele tipinho horroroso com quem tiveste assim uma coisa depois do meu filho não é?”
Não querendo dar mais valor a algo que de facto não o tinha disse:
-“Então e não é que é mesmo?!”
-“Ai querida também te deixou por uma grande bruáca… Aquilo que os brasileiros chamam às sogras, sabes?”
Ri-me, disse-lhe que sim que sabia e pensei: Ora, ora, agora as namoradas passaram a ser também… Jararacas!!!!! Sim senhor!!!!!!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
Em Fogo 17 - Passos
Sabor a Carpe Diem
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Estranged - Gn'R
Triste, mas forte, talvez a melhor música dos Gn'R.
Uma das bandas mais geniais de todos os tempos, que se perdeu por causa de um ego enorme...
Sabor a Thunderdrum