quinta-feira, 31 de julho de 2008
Vivências 42...
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Aviso à navegação...
segunda-feira, 28 de julho de 2008
BURACO NEGRO IX
Se damos sempre, se não exigimos receber, se nos anulamos pelo outro e ficamos à espera de um retorno que nem damos a saber que esperamos, quando finalmente batemos o pé e gritamos: basta! é um olhar de espanto que nos devolve o grito!
Se tendemos sempre a fazer a vontade de quem amamos em detrimento dos nossos desejos e, de repente, encontramos alguém que faz o mesmo connosco, no reflexo da desconfiança, na quase incapacidade para acreditar, ainda damos um passo atrás.
Felizmente há surpresas boas na vida.
É nesses momentos que percebemos que valeu a pena acreditar e esperar.
É quando sabemos que finalmente podemos dar cada vez mais e que vamos receber na mesma medida!
domingo, 27 de julho de 2008
Experiência 10
e outras tantas ao sabor de sangue aquela que corroía a alma.
Faltou-me, durante muito tempo o equilíbrio suspenso das pontes
e a sabedoria dos juncos que dobram mas, nunca quebram
Os dias passaram, os meses e os anos também e sinto, que é no silêncio de um dia "preenchido" de amor ao nosso lado e compreensão que venho ganhando, não só, mais respeito por mim como, pelo outro que ao meu lado, independentemente de tudo o que sucede, permanece! Dever-lhe-ei, sempre isso senão muito mais.
Foi portanto, contudo, inesperado que num dia de grande quantidade de tarefas e extrema azafama, tenha entendido que parte da nossa paz (e saber) reside não só no perdão mas também no esquecimento total de certas coisas e pessoas.
Incrivelmente, depois disto, um "milagre" acontece: a vida continua, sem fúria, sem sangue e com mais equilíbrio e sabedoria... Ah, e passamos a sorrir muito mais.
Nota de rodapé: Dedicado a quem nunca esqueci mas, para quem (sempre) seguiu em frente, já me esqueceu e, tristemente, nunca disse TODA a verdade... um bem haja!
sábado, 26 de julho de 2008
Concreto II
Uns conhecem-me pessoalmente, sabem bem e agradeço-lhes por não revelarem nada.
Não é que seja de grande secretismo, porque já não é a primeira vez que ponho fotografias ou falo do trabalho.
O meu local de trabalho divide-se em dois ambientes. Exterior e interior.
Estou sozinha a assegurar um cargo de relativa importância - relativa porque legalmente é importante mas dentro da organização não o consideram como tal.
Assim, além de sozinha por não ter mais nenhum colaborador para me ajudar no trabalho estou sozinha no que diz respeito a todas as medidas e a tudo o que diz respeito ao trabalho. Aqueles que me "amparam" e me tornam a jornada mais agradável são os que menos poder decisor têm.
Mas a grande questão. Onde trabalho?
Onde raio trabalha a Thunderlady que publica fotos de praia, trânsito, vaquinhas, papoilas, malmequeres... sim, onde?
A Thunderlady trabalha nos arredores de Lisboa. Percorro variados circuitos, dos mais urbanos aos quase rurais. Lido com o empresário engravatado e empertigado e com o fulano que não sabe ler nem escrever.
Aperta com gosto a mão dos que dão no duro diariamente e com muita vontade apertaria alguns pescoços.
Vê e ouve histórias que fazem sorrir e outras que trazem lágrimas aos olhos.
Vê e ouve argumentos que revoltam.
Mas firme e (cada vez mais) confiante que será capaz a Thunderlady vai continuando a dar os seus passos nos terrenos mais agrestes.
E lá vai ela, sozinha todos os dias para o que nunca sabe como será nem o que vai acontecer.
A Thunderlady tem um trabalho tão imprevisível que já desistiu de programar as tarefas. Faz um alinhamento do essencial e susbstituiu a margem de concretização de horas para semanas ou até meses.
Porque o trabalho da Thunderlady é imprevisível a todos os níveis. Tão imprevisível que a qualquer momento pode aparecer-lhe à frente uma manada de bois ou cavalos. Dos quadrúpedes ou bípedes.
Uma coisa eu sei. A Thunderlady gosta do que faz. Não gosta de o fazer naquela (des)organização.
Sabor a Thunderlady
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Vivência 41...
Havia um amigo em particular, o André que já na adolescência fazia as delicias das miúdas pela rebeldia... Como não me fazia "sombra" na troca de ideias e de diálogos "afiados", não fazia, claramente, parte das minhas delicias, doces e coisas "quejandas".
Éramos contudo, bons amigos, à excepção das alturas em que se queria mostrar às miúdas e aí eu saia "sorrateiramente" observava o seu peito cheio de tolice. Lia então nessas alturas à beira de uma árvore um livro qualquer e esperava... em breve a mais inteligente, sairia do grupo e, usualmente, acabaria por falar comigo... Da maioria fiquei grande amiga, o André, porém, olhava-me de soslaio e comentava: "És a minha desgraça!" ria e dizia-lhe: "Nop, tu és a tua própria desgraça: queres demasiado, com demasiada força para depois, no fundo não quereres nada e apenas teres vontade de te pavonear!"
Fazíamos tréguas e tudo voltava ao normal. Nós os dois, juntamente com mais 2 malandros éramos conhecidos pelos Cavaleiros do Apocalipse: tivemos uma infindável conta de faltas disciplinares e outro tanto de turmas sempre consideradas a mais indisciplinadas do Padre... éramos, ainda assim, incrivelmente: os que tínhamos melhores notas...
Hoje vi, depois de muitos anos, o André, o mesmo cabelo a mesma figura franzina... Já não nos reconhecíamos um ao outro apesar de ambos comentarmos: "Estás na mesma!". É que julgo que de repente, o que poderia ser visto como um elogio (parecíamos ainda ter uns 16 ou 17 anos) foi entendido por ambos como: ou evoluímos e não nos reconhecemos apesar das semelhanças físicas ou, pior, não mudámos nada e continuamos os mesmos tontos de sempre...
Conclusão: creio que em muitas coisas mudámos mas, noutras, continuamos ainda Beeeeemmmm Tontos!
domingo, 20 de julho de 2008
Esperiência 9
sábado, 19 de julho de 2008
Imaginário XXX
Tirou da sua mala mega-dispendiosa (a bem dizer só aquela mala devia chegar para pagar uns mesitos de renda numa pensão pulguenta ali no Martim Moniz) um lenço rendado bordado perfumado que fez chegar ao nariz à boa maneira das damas da corte francesa de um qualquer século perfumado e revirando os olhos aproximou-se do homem.
- Olhe criatura, você está aí todo andrajoso, mete dó, venha comigo.
E a criatura, embasbacada, lá foi atrás de Suzette, entraram no seu Jaguar com estofos de pele, sempre com muito cuidado para não conspurcar a viatura e chegaram à mansão da senhora - dizia-se ela
- Criatura, você tem nome? Que número veste e calça?
Depois de saber as medidas mandou Jarbas, o seu criado pessoal musculado, à farmácia para comprar quitoso e uns produtos de beleza para a criatura que já entretanto se tinha identificado como Norberto e ao costureiro para que lhe desenrascasse uns dois fatos completos, não era preciso ser de gala, fatos assim para o dia-a-dia da criatura, ai, do Norberto.
Entretanto Norberto era enfiado numa banheira, limpo até aos ossos, dentes escovados, cabelo lavado e cortado... enfim, Suzette nem queria acreditar que debaixo de tanto estrume estava uma criatura que até parecia um senhor.
Norberto, coitado, não era tido nem achado e cada vez que ia abrir a boca para dizer que os ideais (a bem dizer já nem se lembrava quais eram tal foram os anos de fome e frio passados na rua) que o levaram a abandonar a vida de ostentação.
A bem dizer tanto apaparico até lhe sabia bem. Começava a habituar-se. Ele sabia que não devia, mas estava mesmo.
Suzette mandou Idalina servir a Norberto uma farta refeição e depois de Jarbas chegar foi tudo aplicadinho na criatura que no fim estava um mimo. Quem o vira e quem o via... é que nem parecia o mesmo.
Suzette mandou aprontar o Jaguar outra vez, ia sair com Norberto. Quando chegaram á baixa pombalina Suzette saiu, pediu-lhe para ele sair, deixou-lhe um fato de reserva e foi-se embora.
Nessa noite dormiu tão descansada com mais uma boa acção feita. Lisboa é uma cidade por demais bonita para se ver conspurcada com pedintes andrajosos, imundos, mal-cheirosos. Um dia haveria de conseguir pôr todas as criaturas impecáveis para a mendicidade.
Sabor a Thunderlady
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Vivências 40...
quarta-feira, 16 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
BURACO NEGRO VIII
Todos nós, já sentimos, em alguma altura da vida, a suave, subtil, incontrolável atracção de um buraco negro, para a sua órbita.
A principio é um ligeiro inclinar de corpo. Depois uma tendência pronunciada para estar mais perto de alguém. Ao fim de algum tempo estamos sempre a "cair" na mesma direcção.
Não sabemos porquê.
Ás vezes até nos parece tola essa queda elíptica, que nos aproxima e nos afasta de alguém que não reconhecemos como capaz de mudar a nossa vontade, de dirigir os nossos passos.
Cada vez mais próximos, mais incapazes de lutar, mais concêntricos...
A força que nos atrai para o desconhecido, que nos rouba toda a luz, torna-se de repente tudo o que necessitamos para estar inteiros, para fazer sentido, para ser feliz...
Quando finalmente percebemos o que se passa...já é tarde!
Então
Ou ficamos em órbita, sem força para fugir mas atraídos pelo abismo
Ou mergulhamos, de olhos fechados, no vórtice de todos os nossos desejos.
Então
Ou somos digeridos por um amor mortal, que nos deixa em carne viva
Ou nos tornamos um todo e ficamos a brilhar a dois como uma super nova!
Todos nós!
domingo, 13 de julho de 2008
Experiência 8
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Vivências 39...
Ontem depois de um jantar maravilhoso (feito por “moi”) na boa vontade de animar um amigo (mesmo “para lá de Bagdad” de cansada) a conversa terminou assim:
- O meu namoro de 6 anos não resultou. Lutei como um louco para as coisas dessem certo, sacrifiquei possivelmente, os melhores anos da minha vida e para quê?
- Se foi sacrifício as coisas já estão erradas – disse-lhe com a calma do cansaço que sentia – porque senão não sentirias isso como… “peso”!
- Não sei se será bem assim… Acredito que por detrás disso está uma recordação (passada) lhe tenha deixado tão pesadas marcas no coração e nos nervos da minha ex-namorada que por isso ela tenha perdido alguma capacidade de amar? Será possível isso? E o que é amar?
- Por favor – disse-lhe cortesmente – eu sou apenas uma psicóloga e uma mulher… ainda por cima com noções e padrões acerca da vida fora do comum. Não sei como responder a perguntas desse género.
- Acreditas que um amor possa tão poderosamente influir numa alma, impedindo-a, mais tarde, de amar qualquer outro?
- Talvez – respondi prudentemente e algo circunspecta de quem já passou por muito na vida e não gosta de emitir juízos precipitados – Se ouvi coisas semelhantes? Sim! Muitas vezes?... Não!
- O que se passa com a nossa alma quando nos apaixonamos?
- Na alma não se passa nada – disse-lhe sem delongas e com o cansaço a avançar a passos largos – os sentimentos não se manifestam na alma, seguem outro curso mas, podem também revelar-se na alma, qual corrente transbordando como se fora uma cheia.
- Então és da opinião que uma pessoa, sendo racional, inteligente, pode controlar uma cheia…
- Caro amigo – já com alguma falta de paciência – Ocupei-me dessa questão diversas vezes, e devo responder que, dentro de certos limite, sim, é possível. Julgo que a razão não pode bloquear nem despoletar os sentimentos mas, eventualmente, pode discipliná-los… Pode: aprisioná-los!
- Que nem um felino portanto, privado da sua liberdade!
- Precisamente! No inicio ele irá passear-se para a frente e para trás, rugir de dor, desespero e fúria mas por fim, quebra, perde o pêlo e os dentes, envelhece faz-se triste e dócil. Quando isto acontece, é obra da razão. O felino, que pode ser um: puma. Depois de lhe domesticarmos os sentimentos, podemos abrir-lhe a porta da prisão… porque no fundo já não é nada, nem, puma, gato…
- Diz lá isso de forma mais simples…
- Perdoa-me mas não só a minha fraca capacidade mental não o consegue explicar de outra forma como, neste momento se apodera de mim um cansaço cada vez maior… Sei que gostavas que te dissesse que é possível aniquilar os sentimentos com a ajuda da razão mas estar-te-ia a mentir e de facto, não seria então tua amiga. Mas posso dizer-te, eventualmente, para te consolar que os sentimentos, nos casos mais felizes, podem ser domados e mortificados. Olha para mim, eu consegui: sou um pálido reflexo do que conheceste mas, apesar de tudo... Sobrevivi!
Passado pouco tempo, o meu amigo acabou por se retirar e deixar-me no profundo dos silêncios que há muito desejava…
quarta-feira, 9 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
BURACO NEGRO VII
Nunca é tarde demais para entender o Amor e a sua verdadeira natureza, para esquecer as ideias que nos ensinaram a pensar, as palavras que nos disseram ser conveniente dizer, os gestos que que nos mostraram ser os adequados fazer.
Nunca é tarde para aprender a ir mais longe que o egoísmo de amar como simples retorno de ser amado, para dar-nos a quem se nos dá na mesma medida e antecipa o nosso sentimento.
Nunca é tarde para, simplesmente, nos deixarmos absorver pelo outro, fazer parte de um todo a dois, como um a um os gomos de uma laranja fazem o fruto.
Ser duas chamas brilhando a mesma luz.
Ser duas vontades percorrendo o mesmo caminho
Ser duas imagens no mesmo olhar!
domingo, 6 de julho de 2008
Experiência 7
sábado, 5 de julho de 2008
Imaginário XXIX
Havia flores de todas as cores, de todos os tamanhos, de todos os feitos. Todas as flores eram adoradas por todos.
Mas a nossa flor, a personagem principal da minha história, não se sentia muito adorada. Tinha sempre a impressão que não gostavam dela. Ela via que todos os dias que as outras flores tinham muitos insectos de volta delas, insectos voadores, insectos rastejantes, insectos maiores ou menores, mas todas tinham... excepto ela.
Então a nossa flor vivia muito triste, sentia-se muito só. Ouvia as outras flores rirem e conversarem entre elas e ela... bem, ela nunca se sentiu muito à vontade para meter conversa com elas, é certo. Ela sentia que se dissesse qualquer coisa iria intrometer-se, invadir algum espaço e optava por ficar calada.
Às vezes, quando se atrevia a olhar em redor para outras plantas, se por acaso os seus olhos se fixassem no de outras, tinha a sensação que nem sequer devia estar a olhar para aquele lado. E então sentia-se muito triste.
Um dia, quando um pássaro grande pousou ao pé dela, ela pediu pássaro, podes levar-me para outro sítio? e o pássaro respondeu que poder até podia, mas se a levasse ela morria porque ela tinha uma raiz e se a raiz saísse da terra ela morria de fome e sede. O pássaro viu as lágrimas escorrer pelas pétalas da nossa flor abaixo.
Sabes pássaro, estou tão triste, não tenho amigos, nenhum insecto me visita, estou tão só... e o pássaro disse que era natural. Natural? perguntou a nossa flor, sim, natural, disse o pássaro. Desculpa pássaro, mas não percebo porquê. Eu nunca fiz mal às outras flores nem aos insectos. Pois não flor, mas tu és a mais bela das flores deste jardim e isso assusta as outras flores.
A nossa flor não percebia isso. Eu? Mais bonita que as outras? Não sei, mas não me interessa, isso não é o importante, penso eu. Este jardim precisa de todas as flores para ser o jardim mais lindo, mesmo que elas achem que eu seja a mais bonita, se todas as flores fossem iguais a mim este jardim era muito monótono, não achas, pássaro?
O pássaro tinha a certeza que sim, mas já tinha vivido muito e sabia que ia ser sempre daquela maneira e que muitas flores lhe iam perguntar o mesmo que a nossa flor.
Sabes flor, tu és a mais bela e diz a lenda que para castigo tens espinhos. Que estás condenada a pela tua beleza a ser abandonada pelas outras flores e pelos teus espinhos a que os insectos tenham medo de ti. A tua vida não vai ser fácil, a não ser que encontres um modo de mostrar que os teus espinhos não magoam e que a tua beleza não ofusca.
O pássaro voou para outras paragens. A flor ficou no jardim. Pensou muito no que o pássaro lhe disse e pensou que se era assim tão bonita e ao mesmo tempo tão tímida então seria provavél que as outras flores a achassem arrogante e não quisessem conversar com ela.
Um dia largou um espinho. Doeu muito mas pensou que era um sacríficio para conseguir um amigo. Um insecto aproximou-se e viu que ela tinha perdido o espinho. Começaram a conversar. Quando o insecto espalhou a notícia outros insectos vieram ver o que se passava e a nossa flor pôde mostrar que não era só espinhos e pétalas bonitas, que também tinha sentimentos e que estava só.
O ciúme inicial das outras flores e plantas passou. Começaram a conhecer a nossa flor.
Ainda hoje o jardim vive alegre com harmonia entre todas as flores, insectos e plantas. Todos se aceitam e conhecem uns aos outros. Todos perceberam como as aparências iludem.
Sabor a Thunderlady
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Thriller LEGO
Sabor a Thunderdrum
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Vivências 38...
O Tempo é fundamental, dizia um amigo um dia destes, depois de uns valentes "copos"...
"Para nos conhecermos...
Para conhecermos o outro...
Para darmos tempo ao outro...
Para darmos tempo a nós...
Para nos perdoarmos...
Para perdoar o outro..."
E para... seguir em frente! "Sobretudo quando nós tivemos tempo para todos os caprichos de certas pessoas, e deixam de ter tempo para nós!"
Lições... pequenas mas, valiosas! Ele tinha razão!