Então falo daquilo que também são histórias mas das vividas a sério por nós, não das que invento.
Levantámo-nos a uma hora agradável para um sábado. Tínhamos umas compras muito simples para fazer (na verdade o que nos levava ao super seriam iogurtes para a avó). Tomámos o pequano almoço e saímos para deixar o Pootchie com ela.
Tive a "brilhante" ideia de me enfiar no Cascaishopping. Vá lá, à hora que chegámos ainda havia um lugarito no parque descoberto.
Compras de Natal. A maioria estão despachadas. De cada vez que saímos de um sítio o número de pessoas nos corredores parecia ter aumentado.
Continuo a achar "fantástico" as famílias enfiarem-se em peso no centro comercial ao fim-de-semana. Pai, mãe, avós que andam lentos à brava, carrinhos de bebés que ocupam os corredores inteiros e mais: pessoas que entram com os carrinhos de bebés dentro das loljas tornando a circulação extremamente difícil. Crianças que acabam por ficar rabujentas e pais que acabam por ficar sem saber o que lhes fazer quando seria tão simples dividirem-se entre si e um ficaria em casa enquanto outro iria fazer compras.
Há também as típicas pessoas que se esquecem com certeza que estão num local público e passeiam-se como se mais ninguém lá andasse. Param onde lhes apetece nem que isso signifique entupirem o corredor inteiro porque a avó tem uma malha nas meias e o neto não pára quieto e dali a pouco apanha não tarda e o bebé entretanto acordou e põe-se a chorar e o pai vai abanar o carrinho e a mãe não sabe onde está o telemóvel e a filha adolescente está ali com ar de quem mais lhe apetecia estar era com a amiga a ver páginas do Hi5 e o melhor é mesmo ficarem ali todos porque a tia finalmente estacionou e vai ali ter com eles se eles não esperam nunca mais se encontram.
Há aqueles espécimens que eu também gosto (sim, gosto, de ver longe) que têm o marido ou o filho ou a mulher ou quem seja no último lugar de uma fila de 50 pessoas para ir buscar um hamburguer mas já estão a reservar mesa para 10 pessoas que entretanto "limparam" pondo os 4 tabuleiros cheios de restos na mesa ao lado para quem vier a seguir que limpe. As outras que andem de tabuleiro na mão a procurar um sítio, azarito.
Ah, também gosto das senhoras na idade da parvalheira que a menopausa dá, aquelas que acham que como já pariram e já lhes secou a fertilidade são donas do mundo (malditas descompensações hormonais) que mesmo mostrando a senha para o bacalhau e mesmo pedindo educadamente para se desviarem porque a minha vez está a chegar olham como se eu tivesse acabado de sair da creche e ainda gozam. Se calhar devo mesmo, talvez elas não pedissem e se impusessem. Bem, pensando bem foi o que elas fizeram. Cascais? Tiazocas? Benzocas? Na.. de bem não tiveram nada a não ser a arrogância.
Bem, e agora vou arranjar o frango para o wok de amanhã e fazer a canjinha. Natal é quando o homem quer excepto nas grandes metrópoles em que Natal é dia 25 de Dezembro e já é muito bom.
Lamento pelas pessoas que vão fazer compras de Natal que não têm a mínima noção do que ele é.
Talvez seja por isso que eu detesto tanto o Natal.
Ahh! E por falar em detestar. Este ano não se vai fazer árvore, não vamos estar cá e não vamos ter a trabalheira, não nos apetece. Falava no entanto com um colega que dizia que no Natal não dispensava a árvore e o presépio. Achei de uma incongurência enorme.
O paganismo e o cristianismo ali juntos, lado a lado. Na minha opinião as pessoas deveriam escolher se querem festejar o solstíco de Inverno ou o nascimento de Cristo.
É que vejamos, são estas as pessoas que criticam em massa os outros (o critianismo deveria ser uma religião de aceitação e amor ao próximo, digo eu que sou agóstica), que se benzem perante ideias "do demo", que defendem as fogueiras onde se queimavam as bruxas e no fim ali está ele, o símbolo pagão a lembrar como foi que a "Igreja" se apoderou das crenças de todos e os forçou a amar a Cristo mesmo ao lado do símbolo do berço do menino Jesus.
Eu acho incoerente mas aceito que me digam que a árvore e o presépio sejam o símbolo máximo da união entre todos. São pontos de vista. Mas se a abertura é assim tão grande que não seja apenas em Dezembro, afinal Natal é quando o homem quer.