O primeiro contacto.
Chego, pouso a pouca bagagem.
Olho à minha volta, o olhar prende-se no tecto. Rachas que parecem fendas, fendas que se afastam a uma velocidade tectónica, que os olhos não percebem mas que sei – tenho a certeza – que amanhã estarão pior mesmo que eu não veja que estão pior. Talvez só daqui por meses ou anos é que eu me aperceba que as fendas deram em crateras e que o tecto vá cair. Pode ser que nessa altura eu já cá não more.
Olho as marcas deixadas pelos hóspedes que por cá passaram antes. Demoro-me nos desenhos que ninguém teve o cuidado de limpar, ou simplesmente ninguém quis apagar, como se de uma marcação de território se tratasse.
Dificilmente me vou habituar a este lugar.
Olho as paredes sujas. Mentalmente faço uma lista de coisas a melhorar. Uma limpeza a fundo nestas paredes. Cerzir o colchão. Colmatar as fendas que milimetricamente engordam no tecto. Polir a secretária - está cheia de riscos e vincos feitos, provavelmente, a canivete.
Se vou viver aqui anos o melhor é tornar este lugar o mais aprazível possível. Personalizado. Meu.
Sim, ao menos uma vez na vida terei um sítio só meu. Ainda que para isso tenha que ser aqui.
O primeiro contacto é sempre o mais forte e vinculativo.
Chego, pouso a pouca bagagem.
Olho à minha volta, o olhar prende-se no tecto. Rachas que parecem fendas, fendas que se afastam a uma velocidade tectónica, que os olhos não percebem mas que sei – tenho a certeza – que amanhã estarão pior mesmo que eu não veja que estão pior. Talvez só daqui por meses ou anos é que eu me aperceba que as fendas deram em crateras e que o tecto vá cair. Pode ser que nessa altura eu já cá não more.
Olho as marcas deixadas pelos hóspedes que por cá passaram antes. Demoro-me nos desenhos que ninguém teve o cuidado de limpar, ou simplesmente ninguém quis apagar, como se de uma marcação de território se tratasse.
Dificilmente me vou habituar a este lugar.
Olho as paredes sujas. Mentalmente faço uma lista de coisas a melhorar. Uma limpeza a fundo nestas paredes. Cerzir o colchão. Colmatar as fendas que milimetricamente engordam no tecto. Polir a secretária - está cheia de riscos e vincos feitos, provavelmente, a canivete.
Se vou viver aqui anos o melhor é tornar este lugar o mais aprazível possível. Personalizado. Meu.
Sim, ao menos uma vez na vida terei um sítio só meu. Ainda que para isso tenha que ser aqui.
O primeiro contacto é sempre o mais forte e vinculativo.
21 sakês:
Eu voto numa cor nova para as paredes. É sempre das primeiras alterações que me apetece fazer sempre que me mudo. E, tens razão, o primeiro impacto conta.
Parabéns aos três pela ideia e parabéns á autora deste post.
Eskisito, obrigada :)
Este blog nasceu de uma ideia conjunta há já uns meses. Porquê sushi? Porque eu e o Thunder tínhamos feito anos de casados e fomos festejar no japonês, lugar nunca antes experimentado por nós(podes espreitar aqui).
Da ideia inicial de se tratarem de diálogos "temáticos" - os diálogos possíveis à volta de uma mesa de sushi - a coisa foi evoluindo e chegámos a um ponto em que cada um abordará o tema de seu próprio modo. A Me Hate com as vivências dela, eu com os meus imaginários e o Thunder... bem, esse está ali sentado no sofá a jogar PS2 e a pensar como é que vai descalçar a bota para 6ª. Mas a intervenção dele julgo eu que será mais a haver como "musicali".
Fica à vontade para participar e obrigada pela visita e comentário!
(tirando o blogger turco que já comentou todos os 283x10^73264546537354 blogues que existem e aqui os anfitriões foste o primeiro a comentar!)
Já agora,que cor sugeres?
Eu tenho uma parede verde pistachio (é assim que se escreve?). Mas a cor deve ser escolhida conforme a orientação da casa e o tamanho da parede. Mas para uma casa tão longe de sonhos, eu acoselhava algo mais arrojado, como umas riscas bem alegres.
Espero quando voltar da próxima vez já tenhas o teu canto mais a teu gosto.
POde ser que um dia me inspire para vos escrever um mailzinho.
Boa sorte para o novo blog!
Wednesday, isto aqui do look tem que ser de comum acordo, aqui entre nós todos :)
Isto ainda está muito incipiente, vão ser feitos melhoramentos, com o tempo, que isto não há tempo para tudo!
Obrigada pelo feed-back e cá aguardamos a contribuição!
Felicidades para os autores deste projecto.
Obrigada, Contradições :)
Olá querida Thunderlady, olá Me Hate, que também conheço, olá Thunder, que passo agora a conhecer!
Muitas felicidades neste novo espaço.
Eu sou VICIADA em comida japonesa. Recomendo-vos o Aya, nas Torres Gémeas (que nome tão estúpido para dar aos prédios...). Ao Estado Líquido ainda não fui, mas em mesas baixinhas não me apanham (fui ler a descrição da Thunderlady). Aquilo não é para nós, e o desconforto acaba por comprometer o genuíno prazer que a comida nos dá.
Como este meu vício tem mais de doze anos, entretanto fui adoptando algumas regras pessoais. Há muito que deixei de beber saké, por exemplo. O vinho branco gelado sublinha muito melhor o sabor da comida.
Peçam sempre mais gengibre do que aquela coisinha ínfima que eles põem no prato e intercalem cada bocadinho de sushi ou sashimi com um pouquinho de gengibre, para limpar o palato (os japoneses FAZEM isto).
Beijinhos aos três, eu depois volto, sim?
Obrigada pela visita e recomendações, Teresa.
Beijinhos!
Gengibre não, obrigado!
Blarghhh!!!
Sushi, com boa companhia e bom vinho parece-me uma optima combinacao!
Parabens pela ideia e pelo texto. As paredes tem as marcas do tempo... e bom de vez em quando dar-lhes um banho de cor, ainda que o seu passado faca parte de nos, nao importa quanta maquilhagem lhe apliquemos!
Bjs
Essa da marcação de território... são só manchas? Não tem cheiro?
Ou é apenas fruto de uma fértil imaginação?
Pensa nisto.
Tuxa e CdC, obrigada pela visita... vou pensar nisto das peredes ;)
Hei, e como é que podemos apresentar menus a concurso?
Picas, está um link para o mail do lado esquerdo, em cima, mas podes enviar para "sushimeeting@gmail.com"
Beijinhos!
Ainda no outro dia dissertava acerca exactamente do conceito de "CASA"... casa é a pessoa que me habita e que eu habito... Casa neste momento, é estar sem-abrigo!
Pode não ter nada a ver mas fez-me lembrar o meu 1º quarto de estudante, até senti o frio no estômago, e olhem que isso passou-se lá pela época das calendas...
Tita
Tita, asseguro-te que foi ficção... :)
a história vai continuar?? está muito bom; thunder, parabéns!!
Obrigada, Medusa!
Não sei se irá continuar. A minha ideia inicial era escrever contos de ficção isolados. Mas não quer dizer que não pegue neste e não o desenvolva :)
Que belo post escreveste tu, minha querida Vanda.
É assim mesmo. Tal e qual as sensações da alheia realidade quando entramos num "local" pela primeira vez, seja ele qual for.
Tens-te sentido bem por aqui, ao final de um ano?
Com toda a certeza que sim! ;)
Já fui assídua deste blog em tempos do Eskisito e nos primórdios da Gi.
Depois, perdi-me dele.
Voltarei, como antes.
Beijinhos para ti, Vanda. E para toda a "bloguequipa".
Teresa do bom feitio! :)
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