terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Em Fogo 11 - Máscaras

Torna-se curioso reparar nos outros e ver quantos usam a sua verdadeira face e quantos se escondem por detrás de uma máscara. Não me refiro a uma máscara de Carnaval ou de ópera veneziana, mas sim a um artfício do "eu" real.
Porque será que, para certas pessoas, se torna mais simples assumirem aquilo que não são, fazerem-se passar por algo que não têm, difamarem outrém sob a capa do anonimato, demonstrarem amor quando o que se sente é pouco menos que ódio, serem companheiros para depois, na primeira hipótese, deixarem cair a outra pessoa... tudo isto são máscaras.
Será que apenas em situações extremas, poderemos saber do que os outros são feitos realmente? Por exemplo, no caso de qualquer guerra, quem garante que o mais culto, o mais honesto, o mais carinhoso não se tornará na pior das criaturas? A cultura de um individuo, por si só, não o torna mais sábio.
Tenho na ideia que a personalidade de cada um se forma com a familia, com a vivência, com a forma como apreendemos o Mundo e o conjunto de valores que nos é incutido. Não depende de saber gostar de algo, mas sim estabelecer limites para o que se pode ou não fazer. Os nazis gostavam de musica clássica e de ler, no entanto, não deixaram de cometer actos de profunda barbárie (aconselho a este respeito, a leitura desse brutal romance/biografia ficcionada "As Benevolentes").
Numa escala muito mais pequena encontramos as máscaras do dia-a-dia: as pessoas que são muito nossas amigas e depois nos espetam uma faca nas costas; as pessoas mesquinhas que não nos suportam, apenas por inveja de não serem como nós ou não terem o que nós temos; as pessoas que mantém um relacionamento, apenas porque têm medo de ficar sós ou porque são dependentes da outra metade; o chefe que pode ser impotente em casa (leia-se em qualquer sentido), mas que demonstra a sua prepotência sobre os seu subordinados no emprego; a hipocrisia dos padres que professam a abstinência e o horror ao homosexualismo para virem a abusar dos seus acólitos; o marido com tendências desviantes mas que, por parecer bem à sociedade, se mantém num casamento de fachada onde se magoa a si e a quem o rodeia; o amigo que sorri sempre, porque não é capaz de ser sincero se precisar de magoar outrém; o viciado em Internet que prefere criar uma personagem virtual a viver uma vida real; a pessoa que, com medo de sofrer, afasta todas as oportunidades de ser feliz...
Infelizmente, as máscaras podem revestir-se de imensas formas, mas um desafio interessante seria deixar cai-las... será que, ao sermos REALMENTE nós mesmos, o Mundo voltaria a ser como na pré-história, uma luta incessante entre o animal e o racional? Não sei se quereria viver num Mundo assim, no entanto, sou da opinião que devemos ser sempre o mais sinceros possiveis connosco e com os outros, eu faço a minha parte e vocês?
Carpe Diem.

2 sakês:

wednesday disse...

Não sei até que ponto é fácil dizer que não usamos máscara. Eu tento ser eu, sincera e transparente, mas não sei se realmente o sou. Isto porque uma pessoa pode ter sido assim a vida inteira, ter a fachada, e nem sequer se aperceber. Há pessoas em que a máscara é nítida, noutras nem tanto. E afinal quem sofre com o usar da máscara é tão somente a própria pessoa.

Anónimo disse...

Esse livro não tem umas cento e tal páginas enãomuitopesado????? Pois, bemme parecia que sim... e logo agora que deixei os halteres... Bem pronto,está decidido: vou voltar àmusculação uma vez que, leitura não é o meu forte e cultura nazi tão pouco!!!!!


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