quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Experiência 25


Há dias em que dizer que me sinto só, parece-me ser palavra desadequada, pobre ou eventualmente, feminina mas, de facto, não há como reter. Não há como impedir, Não há como controlar. Esta dor de alma sobe por mim a uma velocidade estonteante, segue-me como sombra. É mais do que eu, em muitos dias em que eu, sou mais do que os outros.

Não choro. Não porque o macho não chora mas, por vergonha.

Não me queixo. Não porque macho não se queixa mas, por saber que não serei ouvido ou tido em conta.

Não telefono aos amigos. Não porque o macho é orgulhoso mas, porque eles têm os seus problemas e os únicos que vou tendo nem sempre me apetece chateá-los.

Não conto à namorada. Não porque macho não dá parte fraca mas, porque ela tem problemas dela e porque, acima de tudo, tem os seus amigos que tem também de os ouvir.

Não faço relato aos pais. Não porque macho é independente e trata de si próprio, uma vez fora de casa mas, porque normalmente os pais não entendem o que é isso da solidão... Já lá vai tanto tempo que deixamos de ser jovens...

E Hoje, se o digo aqui é apenas por pura incapacidade de manter este ermo mais tempo calado, sem me consumir mais um pouco...

2 sakês:

Anónimo disse...

Luke
É triste saber que se serve para tão pouco...principalmente quando ouvir é tudo o que se pode fazer!

Luke Skywalker disse...

Pois... mas por vezes não podemos deixar de nos sentir assim...


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