sábado, 1 de novembro de 2008

Resumindo muito...

Um dia (e ninguém sabe explicar muito bem como apesar de haver inúmeras teorias) o Universo formou-se.

O Universo que ninguém sabe explicar muito bem o que é mas sabe-se intuitivamente - porque a palavra impõe respeito, tomara que o houvesse mesmo - que a sua vastidão vai além do que o próprio nome que lhe deram dá a entender.

O Universo formou-se, aquelas partículas todas criaram afinidades umas com as outras e resumindo a história, cá estamos nós, seres vivos e seres não vivos. Seres. Não somos mais que uma afinidade de partículas.

Resumindo muito outra vez, depois de toda a evolução (para os evolucionistas) ou de toda a criação (para os criacionistas) o homem (sim, com letra minúscula) - homens e mulheres - ganhou uma caracteristica: consciência do que o rodeia. Adjectivação. Tenha sido pelo ganho de superfície cerebral às custas de cada vez mais sulcos (evolucionistas) ou tenha sido graças a uma trinca na maçã (criacionistas) o certo é que o mundo que o rodeia começou por ser aproveitado. Depois observado. Depois esmiuçado. Depois esventrado. Hoje é escravizado.

O substracto que nos criou (seja por uma mutação na agregação de partículas - evolucionistas - ou porque da lama se fez a costela de Adão - criacionistas), que nos sustentou, que nos prendou com recursos, que fez do homem o Homem (desta vez com letra grande) foi, em dois escassos séculos de uma história tão mais vasta, avidamente esgotado.

Quando o homem saiu do seu núcleo reduzido, motivado seja pelo que quer que tenha sido (crescei e multiplicai-vos - criacionistas - ou procura de comida e paragens calmas onde fosse possível ter alimento e protecção - evolucionistas) ele conheceu novos locais. Fixou-se. Aprendeu as artes da defesa, da agricultura, do pastoreio. Iniciou a perigosa busca do saber. Perigosa porque há linhas que não se podem atravessar. Mas sempre e ao longo dos séculos o homem foi timidamente aproximando-se cada vez mais dessa linha.

O homem, achando que está cada vez mais próximo da sabedoria absoluta, auto-entitula-se "Homem", homem todo-poderoso, acima dos seres vivos e não vivos, acima de tudo, acima até do Universo.

A Humanidade, como ela gosta de se chamar a si mesma, não passa hoje de uma enorme organização trituradora onde de um lado coloca pedras, animais, árvores, água, pessoas e do outro obtém dinheiro, dinheiro e até mesmo dinheiro.
A palavra de ordem é seguir em frente sem olhar aos meios para atingir os fins. O que interessa é lá chegar.

Chegar? Onde? Será que alguma vez alguém parou para pensar onde se vai chegar?

O homem nasceu no seu berço, vagueou um pouco por todo o mundo, fixou-se aqui e ali onde para cada grupo havia melhores condições, prosperou, cresceu mais, onde havia pequenos núcleos passou a haver aldeias, organizou-se, dividiu tarefas, especializou-se, aumentou ainda mais, as aldeias deram lugar a vilas, a cidades, hoje em dia são metrópoles que mais parecem países, conquistam-se territórios, separam-se bens. Para quê?

Mais tarde ou mais cedo as grandes metrópoles esgotar-se-ão. Os escravos da era moderna que ainda permanecem nos campos a alimentar as cidades - quais vassalos a alimentar os nobres e reis - mas que ao invés da época medieval em que tinham protecção dos seus senhores estão hoje desprotegidos e inferiores em número, não conseguem já tirar das terras o sustento da suposta Humanidade.

As civilizações estão a entrar em declínio, vítimas de si mesmas.

Chegará o dia em que o colapso será inevitável. Mas ao invés de se dar em períodos longos em que a suposta Humanidade se pode adaptar, não. Desta vez não haverá adaptações. Seremos esmagados por nós mesmos, dizimados pela nossa desmesurada ambição.

E o pior é nunca chegarmos a saber exactamente o que ambicionávamos. Porque deus (deuses), a existirem, não aceitam homens no seu espaço.


Bem-vindos à época catastrófica do "format c:" global. Seja por castigo de Deus (criacionistas) seja por esgotamento dos recursos que nos sustentam (evolucionistas). Não vai sobrar ninguém para contar a história que nunca chegou a ser feita.

Um dia (e ninguém sabe explicar muito bem como apesar de haver inúmeras teorias) o Universo extinguir-se-á.
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Humanidade

do Lat. humanitate s. f.,

o conjunto dos homens;
o género humano;
natureza humana;
clemência;
benevolência;
amor do próximo;
(no pl. ) estudos clássicos.

(http://www.priberam.pt/)

3 sakês:

mimanora disse...

Thunderlady, gostei e concordo seremos nós a acabar connosco!

M disse...

Infelizmente a humanidade não tem noção que está a autodestruir-se rapidamente, não sei entraremos em extinção, mas certamente vamos entrar num período negro da nossa história...

Júlio disse...

Quase sem palavras. Não estou admirado nem chocado com o que dizes. Sem palavras pela forma como o disseste. Ao ler lembrei-me das aulas de História, de falar em eras "lentas", que permitiam adaptação e evolução. E dei conta que tens razão ao afirmar que tudo anda rápido demais por estes dias... E realmente, se isto acabar assim "do nada" tal como dizem que começou, teorias não vão faltar um dia (sejam feitas por ETs ou por outros seres...)


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