Alguma vez se questionaram sobre o que é não ouvir? Não conseguir distinguir a voz da nossa mãe ou a melodia de uma música?
Ter uma deficiência auditiva é sempre limitador, contudo, a pessoa em causa não pode nunca desistir de lutar e sonhar. Não ouvir, ou ouvir pouco, não implica aproveitar menos a Vida... um surdo pode dançar desde que se encoste a uma coluna de som e sinta a vibração da música; pode tocar e/ou sentir o toque de outra pessoa; pode olhar e apreender toda a beleza do Mundo que o rodeia; pode saborear o paladar das coisas boas da Vida...
Infelizmente, existe um elevado grau de preconceito da sociedade, sustentado pela falta de capacidade em aceitar aqueles que são diferentes e uma imensa dificuldade em comunicar para quem tem uma deficiência auditiva num Mundo que abusa da palavra falada e não se preocupa com os outros. Contudo, um surdo pode viajar e sonhar nas páginas de um livro de uma forma totalmente submersiva e superior aos outros, dado que todo o ruído externo é eliminado.
As pessoas que não comunicam isolam-se e sentem um profundo abandono, mas será que alguma vez repararam na alegria e vivacidade de uma conversa em linguagem gestual? Não são apenas as mãos que mexem, mas também o corpo e os olhos.
Existem ainda aquelas pessoas que necessitam de usar aparelho auditivo, contudo e ao contrário do que se possa pensar, não é algo fácil já que têm de reaprender a ouvir, aprender a lidar de novo com as vozes que sempre conheceram separando-as do zumbido constante dos ouvidos. Muitas vezes quem tem aparelho auditivo precisa de ter paciência porque não se apreende logo a letra de uma música ou o que os outros nos dizem.
No fundo, ser surdo ou usar um aparelho auditivo, não é desculpa para baixar os braços e deixar a Vida passar... porquê ter vergonha (como existem pessoas que a têm) de usar um aparelho quando as pessoas que nos amam gostam de nós pelo que somos?
O mais importante reside no estreitamento do relacionamento entre surdos e pessoas "normais" porque, no fundo, todos falamos e sonhamos na mesma linguagem. Para finalizar pergunto: "o que é ser normal?" O conceito de normalidade varia consoante quem os apresenta, mas de uma coisa eu posso afirmar, viver continua a ser um desafio maior do que lamentar aquilo que poderiamos ser.
Carpe Diem.
10 sakês:
O conceito de normalidade, é uma anormalidade, criada pelos psicólogos!
À nossa forma, todos somos um pouco normais, todos somos um pouco anormais e acima de tudo, todos nós mas todos, mesmo, temos os nossos momentos de anormalidade e de "parte da matilha"!
Quantas vezes não somos nós próprios a minimizarmo-nos e a vitimizarmo-nos?
Somos sem dúvida o nosso pior inimigo.
E um oficial tchim tchim de inauguração do menu de terça-feira :)
Me Hate... concordo plenamente contigo, a maior anormalidade é viver neste Mundo de forma "normal", isso sim é radical.
Thunder, concordo plenamente mas o meu texto é mais no sentido de incentivar essas pessoas a verem o lado belo da Vida... nós criamos limitações que não temos.
Obrigado pelo brinde e espero que este seja o primeiro de muitos "fogos" :)
Do caraças...
Só te digo uma coisa, um beijo enorme a acompanhar um abraço grande quente e envolvente, não, não me passei, a tua cruzada contra o preconceito existente pelos ditos diferentes é também a minha, se quizeres entender melhor lê alguns textos sobre a minha M. lá pelos pensamentos.
Tita
Ah, pois é, se quiseres receber convite para a folha envia endereço de e-mail para:
Titablog@gmail.com
Cai... quis salientar que nem todos somos iguais, infelizmente, mas não será isso também uma forma de estar na vida?
Tita... muito obrigado pelo comentário e irei enviar um mail sim porque gosto sempre de ler textos contra a descriminação qualquer que ela seja... ainda acrescento que a descriminação é a forma como algumas pessoas olham erradamente as outras... nestes casos somos sempre mais fortes e realistas!!
Todos diferentes, todos iguais.
E este blog é prova disso mesmo - uma vez que nem a cara uns dos outros conhecemos, certo?
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