quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Experiência 32

S. João... Batista!

Estou farto de lhe dizer...
Tenho uma amiga que, intermitentemente, caminha em terra seca ou se afunda em lodo existencial.

Ora é infeliz porque a vida a arrasta para situações de que não pode fugir, ora é infeliz porque contrariando a vida cria situações das quais não quer sair.... "Contratos" com os de sempre umas vezes, "exigências" familiares outras e cobardia outras ainda... Resumindo, infeliz é sempre... pelos outros ou por escolha própria.

Duvidando da felicidade em si, vai da auto-comiseração (falsa) à soberba da superioridade moral, projectando a sua sombra sobre os demais, como uma guilhotina que se desenha na parede, ao nascer do dia fatal, para o condenado.

Entre decisões que não são nunca definitivas, entre relações que nunca são de entrega, entre amores que não são nunca assumidos ou promessas que são sempre adiadas, vai colhendo os motivos para continuar a perder o pé e a face.

Orgulhosamente só, caminha sobre a terra batida, de dedo em riste, sem alvo fixo.
Lamentavelmente só, afunda-se no lodo da indefinição, num mea culpa aflitivo.

Permanente, na vida: só a bandeja, onde umas vezes passeia a própria cabeça e a maior parte do tempo exibe a cabeça de quem recusa a sua filosofia do: Faz-me mal, que eu faço-te mal e assim seremos infelizes, como manda a Biblia.
Estou farto de lhe dizer... mas...


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