No meio da guerra, o sangue já não me assustava. Os corpos empilhados no meio da rua também não. Passeava-me no meio deles como se fossem pequenos canteiros de flores.
Ia encontrar-me com um dos capitães. Precisava de um visto para um dos meus familiares distantes, daqueles que só se lembram de nós quando podemos ser úteis. E desta vez, eu era útil.
Não que seja bom rapaz, nem nada dessas tretas, apenas quero ver-me livre deste familiar em especial. Nunca o faria se não tivesse uma razão especial, algo que me levasse a mexer-me sem ser em proveito próprio.
O capitão estava de mau humor. Segundo parecia a sua companhia tinha sofrido graves baixas numa tentativa frustrada de ganhar terreno ao inimigo. E não quis saber de mim, nem do meu visto.
Ao chegar a casa do meu familiar distante, ia já convencido da atitude que iria tomar. Ele queixou-se que eu não fora convincente, que não fizera tudo ao meu alcance. Ouvi-o queixar-se enquanto observava a sua mulher. Que corpo fabuloso. Cada curva era convidativa ao mais baixo instinto sexual. Queria possui-la naquele momento.
Farto de tal conversa, peguei na arma e abati-o com um tiro na cabeça. Olhei-a nos olhos e beijámo-nos. Dirigi-a para o quarto enquanto lhe tirava a roupa. O corpo podia esperar.
3 sakês:
Bem, isso não é peixe crú, é sangue frio!
Fez-me lembrar o "Europa" de Lars Von Trier, não sei porquê...
Gostei!
Peixe crú? Bem chamar-lhe-ia outra coisa.
Um abraço
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