Entro na sala-de-banho, ponho a água a correr na banheira para um banho de imersão enquanto despejo sais relaxantes de cheiro a frutos silvestres no fundo. Acendo umas velas de cheiro a baunilha com aqueles fósforos longos. Ponho música a tocar. Solto o cabelo, dispo-me vagarosamente e entro na banheira. Afinal de contas não tenho pressa. O tempo não me controla. O relógio, parado há muito, não me apressa.
Imersa na água tépida fecho os olhos e descubro novos caminhos. Desvendo novos mistérios.
Imersa na água tépida esqueço o mundo, aquele lá fora, aquele que começa na minha pele, que é frio, distante, etéreo, aquele que critica, rejeita e julga e vivo o meu mundo de liberdade e satisfação.
Imersa na água tépida deixo-me adormecer e sonhar com outros mundos.
Acordo gelada, de pele encarquilhada quando a música acaba. Lá fora é já de noite. As velas estão no fim, consumidas de si mesmas.
Desperto e regresso ao mundo, ao mundo que não é o meu e não é o vosso, ao mundo que todos acolhe e todos rejeita.
A sala-de-banho está acolhedora. O cheiro doce envolve-me enquanto visto o roupão e troco de música.
O corredor, escuro da cor da noite, acolhe-me os passos como sempre, faz a sua vénia à minha presença e abre-me as portas da casa que me descobre na penumbra e se deixa explorar pelos meus passos suaves.
Entro no quarto de vestir, desfaço as malas vagarosamente e volto a adaptar-me ao meio. Tranquila reponho as peças de volta ao seu lugar com a precisão metódica habitual.
Regresso então ao corredor que me leva ao quarto de dormir onde a cama confortável me espera. Deito-me e fecho os olhos na busca de descanso desta viagem.
Cada dia é como o primeiro porque nunca sabemos quando será o último.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Imaginário XXII
Regresso a casa de olhos postos no chão. Chego, pouso as malas, abro a porta, entro, penduro o casaco no cabide de trás da porta, tiro as luvas e o chapéu. Pego nas malas, fecho a porta (nunca reparamos nestes detalhes) e vou lentamente corredor adentro até chegar à suite. As malas que se arrumem.
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9 sakês:
Inspiradíssima, lindo, lindo, para além do material para pensar...
Bjos
Tita
Bastante inspirada!!!
Este Sushi está divino!!!
Bjos
Obrigada!
Este saiu ... assim... quase espontaneamente :)
Beijos, Tita
Este sushi esta muitissimo apetitoso! A repetir em doses generosas
Viagens assombrosas se fazem assim... quando tomamos consciência que dentro de nós está um mundo, igual ao que nos rodeia, mas que é nosso.
E eu que não vou muito à bola com sushi, este repeti!
Tuxa e HT, sirvam-se à vontade
:)
Ouvi dizer que era necessário alguém para as quintas... Still want me??????
;)
Oi Me Hate!
Ainda não me lembrei de fazer as alterações aqui. Mas sim, fica com as 5ªs!! (BOA!!)
A Gione vai estar aqui às 4ªs (trocámos a semana passada) e assim sendo eu passo para os sábados :)
Bjokas!!
Simplesmente lindo e consigo rever-me em tanto deste texto... porque será que as coisas mais belas são sempre as mais simples.
Deixa a tua veia de poeta fluir e sê feliz pq tu mereces!!
Beijos
Nuno.
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