Hoje não me apetece escrever. Apetece-me vomitar palavras sem sentido. Ir contra o lugar do meu cérebro que me obriga a pensar e a colocar cada palavra no seu sítio certo, respeitando a língua que me foi imposta por nascimento. Quero desligar-me de toda a lógica e de toda a razão.
Não consigo. Deformação profissional que me obriga a manter tudo no sítio.
Cada palavra tem a sua força. Desde um simples sim dito na altura certa ou errada, até ao mais violento impropério proferido com raiva e amor. Cada uma delas.
Hoje o meu cérebro inunda-se de palavras. De sensações que consigo apenas exprimir com palavras soltas. Soltas de mim, soltas pelo sopro de um corpo que não está bem. Os meus dedos escrevem o que não querem neste teclado velho e cansado. Cada som de cada tecla diz-me que estou cada vez mais perto de um fim e cada vez mais longe do descanso que preciso.
Hoje não me apetece escrever. Apetece-me gritar.
4 sakês:
GRITA! ASSIM!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Grite. Grite até lhe faltar a voz, ou até deixar de sentir essa vontade.
Um abraço
Mestre,
E escreveste tanto só para dizeres ao mundo que te apetecia gritar.
Foi o teu grito, sem dúvida, este envolto ou dissolvido em palavras depositadas no teu teclado velho e cansado...
Gritemos contigo, é para isso que cá vimos.
lisa
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