Há "rios" que se abrem nas nossas vidas nos momentos mais fantásticos...
Os pântanos da vida vida exalam um vapor estranho e, por vezes uma espécie de chuva cai quente seguida de um sol abrasador que nos seca e diz: Que belo dia... que bela vida!
Na memoria tudo nos fica húmido, pegajoso, viscoso e temos a sensação de que só a imobilidade nos dará a luminosidade fumegante que a alma naquele momento necessita.
A solidão dessa imobilidade é tão misteriosa com a selva que nunca conheci.Mas conheço bem a solidão e o que ela representa para muita gente. Há de facto, uma altura em os "rios", os "pântanos", os "mares" nos deixam tão longe de tudo e todos que sentimos que o mundo já não pode fazer nada contra nós...
Novas alianças podem secretamente ser formadas, novas ordens do mundo podem aniquilar o modo de vida em que nasci e vivi, forças tumultuosas e agressiva podem tirar-me a liberdade e a vida. Tudo isto me começa a ser indiferente e a passar ao lado. Pois o importante é que começo agora a compreender que não tenho de fazer acordos com o mundo "balofo" e que me excluí. Tenho apenas de assinar tratados comigo e ser fiel a estes... estes não os nego, estes não os quebro... estes não os violo!
Há pessoas de quem toda a gente gosta, para quem todos reservam um sorriso, a quem todos dão uma espécie de reverência benevolente, quando por detrás está de facto o sentimento mesquinho e egocêntrico de quem diz: "Pobre tolo chegas a ser mais infeliz que todos nós e isso, em última análise, deixa-nos muito mais felizes quando chegamos à noite ao espelho e nos olhamos!". Na vida social dizemos-lhe: "Sim ajudamos-te, claro!" mas na realidade queremos é que se remeta para a sua infelicidade porque sempre teremos algo de que falar!
Os que sempre querem agradar têm algo de prostituto em si, cheiramos-lhe a promiscuidade do "bas-fond" mas os outros, são piores, são a traição, a falsidade o cheiro a perfume caro porque o podem comprar.
Na solidão uma pessoa chega a conhecer tudo e já não tem medo de nada, apenas desprezo por uns e outros. Olhando para trás sentimos apenas náusea pela segurança que nos dava aquela felicidade bacoca, falsa, ordenada.
Não é verdade que o destino entre cego e sem aviso na nossa vida, não, ele entra porque lhe abrimos a porta e muitas vezes, o convidamos mas, também é verdade que ele só permanece porque o "aconchegamos, lhe servimos grandes repastos" e ele sente-se... "em casa"! Há destinos fatais e aos quais achamos que não podemos fugir e depois há apenas o destino... como o tal "rio" de que há pouco vos falava... mudei de emprego... faço voluntariado nocturno... quebrei com todos os sítios e vícios que conhecia e tudo num só dia... tudo apenas porque ao andar deixai de olhar para a calçada e pensei: "Espera, o futuro é em frente, não é na poia que ficou lá atrás!"
1 sakês:
Tá bem tá, tou-te mesmo a ver!!!!!
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