quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vivências 28...



Os brasileiro têm palavras para descrever situações e pessoas que são simplesmente deliciosas… Haverá outras que, como tudo, nos deixam sem palavras de tão arcaicas e descabidas que são.

Por cá Sogra é sogra, por lá é: Jararaca, cascável, bruxa, encrenqueira, bruáca, urubu...

Em geral, esses são os "adjectivos" dedicados às sogras de todo o mundo. Elas têm fama de inconvenientes, chatas e in-su-por-tá-veis. Ao longo do tempo, o rótulo de "cobras" foi designado a essas figuras que sofrem com piadas e arrogâncias do tipo: "Feliz foi Adão que não teve sogra." No entanto, o que ninguém sabe é que, ao contrário das piadinhas e implicâncias com as sogras, há muitos genros e noras que gostam delas.

Nos namoriscos que fui tendo e que não passaram de projectos bem acalentados, no casamento que se foi dissolvendo e nas relações mais ou menos sérias que tive fui conhecendo um número considerável de sogras e claro, sogros!

Na verdade e ao contrário daquilo que é vigente na nossa sociedade, não me posso queixar grandemente da maioria das “cartas” que me calharam… mais valia, possivelmente, queixar-me da falta de “trunfos” que fui tendo no que diz respeito aos “futuros disto e daquilo”. Ainda assim, como queixar-me não faz parte do meu feitio nem adianta grande coisa na minha felicidade não é disso que vos falo hoje.

Venho hoje em jeito de relato “futebolístico” contar-vos o que ocorreu certo dia com uma ex-sogra minha: Eu e a dita, sempre fomos amigas, uma dizia “mata” e a outra ainda que não dissesse “esfola” lá ia rindo e dizendo: “Eh dá-lhe lá mais um pontapézinho!”

Tínhamos portanto, grande cumplicidade, degustámos grandes sardinhadas e muita quantidade de bons vinhos, um dia desses de Inverno, não sabemos bem porque raio, o “amor” esgotou-se (um pouco como tudo na vida) e deixámos de fazer estas pequenas coisas que tanto prazer nos davam.

Ora bem, os dias, os meses os anos foram passando e, no dia do trabalhador, em que ninguém trabalha telefona-me “meia-esbafurida” e diz-me:
-“Ah e tal está um bom dia, o marido não está cá, os filhos têm a vida deles…”
Antevendo o que me queria dizer mas faltava coragem, antecipei dizendo:
-“Estava a pensar mesmo nisso, vamos lá a uma sardinhada!”

Gentilmente (quase que “gentleman-mente”) ofereci-me para a ir buscar no meu carro, sei que tem o dela (um belo MG “bólide do caraças”) encostado numa garagem que lhe dá uma data de dores de cabeça para o tirar de lá pois sempre que o faz, o maldito do carro que tem paixão assolapada pela parede, lá vai e dá-lhe um "beijinho"…

Chegada a sua casa dei um toque para o telemóvel e desceu… passada meia-hora com o subtil sorriso entra-me carro adentro e pergunta:
-“Não demorei pois não?!”
Subtilmente e também de sorriso nos lábios digo-lhe:
-“Não! Foi só o tempo de retocar a maquilhagem, tomar café, cumprimentar um amigo que mora aqui perto e ver a pressão dos pneus.”
Não desarmou, e no seu ar de “gueixa” impecável diz-me:
-“Ora ainda bem! Vamos lá então!”

Antes de chegarmos ao “botequim” ali para os lados de Alfama ainda se queixou umas quantas vezes no mau estado do piso e da velocidade a que ia: a loucura dos 40 Km/h que muito lhe fustigava o cabelo.

A meio do caminho, chegadas a um cruzamento, atravessa-se um carro “atabalhoadamente” conduzido por alguém que num primeiro momento me ia batendo (vindo ainda por cima da minha esquerda). Ora quando já estava pronta para dizer um extenso repertório de asneiradas verifico com espanto e desagrado quase que “excressencial” que… Precisamente à minha frente, ia um ex-namorado meu, com a sua mãe e a sua ex-presente-futura namorada. A minha ex-sogra (desta feita, a que ia no meu carro) “topou o caso a milhas” e disse-me:
-“Ui é aquele tipinho horroroso com quem tiveste assim uma coisa depois do meu filho não é?”
Não querendo dar mais valor a algo que de facto não o tinha disse:
-“Então e não é que é mesmo?!”
-“Ai querida também te deixou por uma grande bruáca… Aquilo que os brasileiros chamam às sogras, sabes?”

Ri-me, disse-lhe que sim que sabia e pensei: Ora, ora, agora as namoradas passaram a ser também… Jararacas!!!!! Sim senhor!!!!!!

2 sakês:

V. disse...

LOLOL

Eu não tive muitas ex-sogras. Quer dizer, não conheci muitas. Mas mal por mal (e a minha felizmente não é cobra nenhuma, é só uma expécia tipo enguia), venha a minha, essa já conheço!

E sim, o mundo é uma ervilhinha.

:)

Anónimo disse...

Pois é...uma ervilha do tamanho de uma... lentilha!!!!!!!! ;)


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