terça-feira, 3 de junho de 2008

Em Fogo 19 - Impressões



Esperava ansiosamente aquele momento em que, finalmente, te poderia ver/ouvir/sentir à minha frente e saber se eras feita de ilusão ou realidade pura. Não me preparei, não estudei o que iria dizer-te, apenas fui eu próprio... coisa dificil nos tempos que correm sermos apenas nós, libertos de amarras ou de constrangimentos.


Combinamos encontro na entrada daquela casa em forma de cubo que tu frequentas com assiduidade e eu admiro pela forma e intensidade que dá a uma cidade em expansão cultural... esperei no fundo da escadaria até aquele momento em que te vi, reparei primeiro na armação vermelha sangue que te esconde o olhar e lá vinhas tu, com um ar doce e desprendido.


A primeira impressão, como dizem, é sempre a que perdura e a minha não podia ter sido melhor, fomos até um pequeno café ali perto trocar impressões, conhecer-nos um pouco, conversar, dialogar, sentir por intermédio de palavras... eu reparava na forma como tocavas nos óculos, o sorriso que percorre amiúde o teu rosto e me desarma, a forma como os teus olhos dão intensidade ao teu discurso... durou pouco, tinhas de voltar, contudo foi um inicio, o nosso.


No dia seguinte levaste-me a conhecer alguns locais onde paras, o tempo voltou a ser escasso e a conversa curta, porque não iamos sós e a noite já ia longa... mesmo assim, na escuridão mais ferrugenta pude reparar na alegria que transpira de ti, da forma como partilhas o momento com os amigos, o som do teu riso a sobrepôr-se à musica, a simplicidade/transparência e bom humor dos teus amigos... fiquei a pensar se ainda teria a oportunidade de estar a noite toda a conversar contigo, desde um assunto mais banal ao puro silêncio de um olhar.


Antes do meu regresso, pude partilhar uma história contigo... uma história feita de incompreensão, de medo do outro, de simplicidade incompreendida... foi bom ter ficado mais um pouco para partilhar essa história numa noite ventosa mas aquecida pelo teu olhar.


Se me perguntares, "valeu a pena?", posso responder-te sem rodeios que "sim"... o que me fica na memória? O teu sorriso, o teu olhar intenso, a tua alegria, a tua cultura e sobretudo a tua beleza interior e exterior.


Gostava de voltar, de ter a oportunidade de te mostrar mais de mim e saber mais de ti, como se fossemos dois seres em busca de uma revelação... senti que havia possibilidade para mais, com mais tempo... será sempre o Tempo quem dirá o que o futuro reserva, contudo, eu sei que não foi em vão que te encontrei...


Carpe Diem.

2 sakês:

Rui Caetano disse...

Vale sempre a pena se a alma não é pequena.

Anónimo disse...

Não sei porquê, a sério (hi hi, hi) mas acho este texto BEEEEEEMMMM real.


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